Emprego no Canadá
Nem mesmo o frio ou a distância da família tem sido empecilhos para os talentos brasileiros da área da tecnologia. Bons salários, que podem começar em $40 mil/ano e chegar a mais de $100 mil/ano, são apenas um dos atrativos para aqueles que tem no computador seu meio de vida. É fato que o segmento continua em ascenção. Apenas para ilustrar, uma pesquisa da consultoria KPMG revela que cidades como Calgary (Alberta) têm 74% da companhias de Tecnologia da Informação (TI) em plena expansão de sua força de trabalho.
Outro fator que atrai a muitos, é a não regulamentação de profissões nesta área, tornando acessível aos interessados a inserção no mercado a partir de formação técnica. Também não se pode esquecer que a maioria das pessoas da geração “baby boom”, nascida entre as décadas de 40 e 50 no Canadá, segue agora em busca da aposentadoria, o que deve gerar ainda mais oportunidades e vagas neste campo.
O paulista Ernando Silva aponta a preparação antecipada como fator-chave para enfrentar a falta da famosa experiência de trabalho no mercado canadense. Ele recomenda a busca por certificações reconhecidas mundialmente, seja a partir de cursos realizados no Brasil ou aqui. “Para aprender tecnologia, basta estudar.” Ele, que iniciou jovem na carreira, aos 19 anos, atualmente é certificado pelas mundiais Oracle e Microsoft, atuando como especialista em Banco de Dados. Com passagem por diversas companhias brasileiras, em um portfólio que inclui projetos para o Banco Real, adotou o Canadá como lar há sete anos.
Tudo começou no ano 2000, quando optou por imigrar para Toronto, por já ter estudado inglês na cidade. Para ele, conseguir o primeiro emprego não foi difícil. O problema foi conseguir a primeira entrevista. “Acordava todos os dias às 8h da manhã e ficava no Centro do Trabalhador (Employment Centre) até as 4h da tarde, como se o meu trabalho fosse justamente o de procurar emprego. Fui persistente e não tirei folga nos primeiros quatro meses, até agendar o primeiro encontro com o empregador, conseguindo a contratação naquele momento. Trabalho nesta empresa até hoje.”
Ele relembra as dicas recebidas no Centro, referentes à adaptação do currículo e ao comportamento no ambiente de trabalho, como fundamentais para superar a barreira da exigida experiência canadense pelo empregador. Confiante em seu valor profissional, adquirido a partir da vivência em um mercado competitivo como o de São Paulo, hoje ele se tornou supervisor na área de Banco de Dados, tendo outros profissionais sob sua coordenação. “Não vejo nenhuma diferença entre trabalhar em São Paulo ou em Toronto. Mas é interessante ver como a cultura daqui oferece, no meu caso, mais tempo para dedicar à mim, minha esposa Alessandra e ao meu fiho Eric”, explica.
O cearense Denis Gadelha, que atuava no Brasil desde 1982 com desenvolvimento, manutenção de aplicativos para computadores, também acredita na expansão do setor, a partir de uma demanda que não está sendo suprida pelos profissionais canadenses. Ele, que possui mestrado em Inteligência Artificial pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), bem como passagem por grandes universidades brasileiras, ouviu falar da necessidade por trabalhadores na área de informática, ainda na década de 90. Após maturar a idéia, em 1998, ele desembarcou com a esposa Cristina, vindo diretamente de Porto Alegre.
Após os primeiros 45 dias em Toronto, começou a trabalhar, mesmo abaixo de sua faixa salarial ideal. “Os mercados do Brasil e do Canadá são semelhantes na área da tecnologia, pois utilizamos os mesmos termos técnicos, através de liguagens compreendidas universalmente. Mas, aqui, pesa a exigência pela experiência. Por isso, estava disposto a trabalhar no que estivesse acessível num primeiro momento,” recorda.
Atualmente, após experiência nas empresas Globetek e Bell Mobility, desde o ano 2000, Gadelha trabalha na Filogix, companhia voltada para aplicativos na área de financiamento de imóveis.
O site publica as faixas salariais em diferentes áreas de TI.
Já o site e o link, oferece diversas oportunidades de emprego específicos em tecnologia no país.
Por: Ingrid Coifman
0 comentário