Avaliação de desempenho
Neste mês tive minha primeira avaliação de desempenho no Canadá. Posso dizer que fiquei bastante contente com o resultado. O caminho até aqui foi longo e difícil e por isso valorizo muito o que consegui até agora.
Como a maioria que imigra ao Canadá, meus motivos foram outros que a vida profissional. Lá no Brasil, construí um bom nome no mercado ao longo de 10 anos trabalhando como analista de sistemas. Quando eu imigrei, rapidamente encontrei aqui segurança e qualidade de vida mas o que eu tinha de mais sólido no Brasil, a vida profissional, era ainda uma incógnita. Nos meus primeiros meses aqui pude me dedicar a aprender francês. Estudei bastante e levei muito a sério. Confesso que é muito difícil se manter motivado estudando ao mesmo tempo que muita coisa nova acontece. Quando consegui meu primeiro trabalho me senti muito recompensado. Não caiu simplesmente do céu ou foi sorte.
Comecei a trabalhar num ambiente quase que totalmente francófono e bem diferente do que estava habituado. Um ano depois, tive a primeira avaliação de desempenho. Primeiro com a indiana do RH e o chefe imediato. Nesta reunião, analisaram um documento de auto-avaliação que eu havia preparado antes, em francês. Ela confessou que ficou surpresa eu ter escrito tudo em francês, pois quando me contratou, eu havia dito que eu era muito mais forte no inglês, verdade. Meu desempenho foi aprovado. Segundo ela, eu fui uma aposta de risco para a empresa, pois eu não tinha experiência canadense nem referências.
Um mês depois, passei pelo diretor. Muito objetivamente, ele acertou comigo os cursos que seriam interessantes eu fazer tendo em vista as necessidades da empresa, quis saber como me senti e o que aprendi de novo no meu primeiro ano na empresa e também quis saber o que me manteria motivado em 2010.
Explicou para mim os efeitos da crise na empresa: alguns clientes desaceleraram um pouco, mas mas os projetos continuam; Um novo cliente está quase fechando contrato; Em janeiro deste ano, devido à incertitude no mercado, a direção resolveu “congelar” os salários até junho, quando a situação será revista; Alguns consultores que estavam alocados nos clientes tiveram que voltar pro escritório, pois alguns clientes não renovaram o contrato. Até agora, minha empresa não dispensou ninguém. Pelo menos na minha equipe, eles querem manter o pessoal, pois a rotatividade era o maior problema que tinham enfrentado até então. Estão conseguindo manter a mesma equipe já por um ano e segundo meu chefe, querem nos segurar por um bom tempo.
Concluindo, fiquei bem feliz com a minha primeira avaliação de desempenho no Canadá. Foi bem honesta e profissional. Também me agrada ver a empresa se esforçando em reter os seus profissionais, mesmo num período de crise.
Por: Alexandre Pessoa
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