Vida no exterior
Muita gente sonha com a vida no exterior. Os motivos são diversos: melhorar de vida, ganhar fluência em um idioma estrangeiro, conhecer o mundo, fugir de alguma situação… Não tão simples como muitos acham, mas também não um bicho-de-sete-cabeças.
Algo que tem sido a solução para muitos e ficando cada vez mais famoso é o programa de Au Pair, um intercâmbio cultural que casa vários interesses. São eles: viver em um outro país, estudar línguas, conhecer uma nova cultura e se sustentar (trabalhando com crianças). O dinheiro não é muito, mas considerando que au pairs não são profissionais da área de Educação Infantil (grande maioria – precisa-se apenas ter concluído o Ensino Médio ou equivalente para participar do programa), e as despesas básicas são bancadas pela família hospedeira, acaba não sendo tão pouco assim… Não dá para mudar de vida e nem mandar dinheiro para o país de origem (a menos que tenha um trabalho por fora, o que não é permitido e pode resultar em expulsão do participante), mas dá para viajar, conhecer outros estados, países; se divertir; fazer amizades; ter uma experiência única, mesmo que decida repetir a dose em outro país…
Antigamente o perfil das Au Pairs era o de jovens recém-graduadas em Pedagogia, Psicologia, e/ou Enfermagem. Hoje são DJs, estudantes de Administração, Turismo, Contabilidade, meninas que acabaram de sair da escola (Ensino Médio)… Meninas de classe média, meninas menos afortunadas, que falam inglês fluente ou não falam absolutamente nada, que têm pós-graduação ou nem chegaram a entrar para uma faculdade… Não há mais um perfil pré-definido.
Se trata de um programa barato, que vem ficando mais popular com o passar dos anos. Parte boa: viver, trabalhar e estudar no exterior vêm ficando cada vez mais acessíveis. Parte ruim: o processo de seleção das candidatas e famílias vem ficando cada vez menos criterioso. O correto seria a candidata ter pelo menos 200 horas (pouquíssimo) de experiência com crianças abaixo dos dois anos de idade, e fale inglês intermediário, entretanto a maioria das au pairs brasileiras não falam nem inglês básico (muitas vem sem saber nada mais além de “hello”, “bye” e “kisses” – eu conheço casos assim), e sem sequer ter cuidado de uma criança. As famílias passam por um processo de seleção ainda menos criterioso, o que abre portas para pessoas já expulsas de outras agências continuar a maltratar as au pairs, em outra agência, o que vem causando mais e mais fugas de participantes. Aí vem a pergunta “apesar de tudo isso, ainda vale a pena?”… A resposta é: sim. Vale a pena, sim. Não se desesperando para embarcar o quanto antes e sendo cuidadosa(o) na escolha, as chances de ir parar numa família problemática diminuem consideravelmente.
Nos Estados Unidos as nacionalidades “preferidas” são alemã e brasileira. Em seguida, as francesas, filipinas, tailandesas e dinamarquesas.
O programa de Au Pair é regulamentado em outros países além dos EUA. Infelizmente nem todos permitem a participação de brasileiras. Diferente de como acontece nos EUA, na Europa não se faz necessário o intermédio de agências de au pair. Tudo pode ser feito pela própria candidata junto ao Consulado do país desejado (após ter achado uma família, claro).
Por: Maria Luiza
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