Rússia, agora ficou mais fácil visita-la.
Desde junho de 2010, após anos de discussões entre o Brasil e Rússia, ficou acertado o acordo de não necessidade de visto para cidadãos brasileiros entrarem na Rússia. Aqueles que haviam conhecido o país antes do acordo sabem a terrível e cara burocracia que era para conseguir entrar na Rússia. Agora tudo havia ficado mais fácil.
No início de 2010, eu e minha esposa já havíamos comprado as passagens para conhecer o leste da Europa, desde a Finlândia até Berlin. Com a descoberta destas mudanças na questão do visto, resolvemos inserir a Rússia, subentende-se São Petersburgo, no roteiro.
Chegamos a Helsinki no dia 19 de julho, à noite, e passamos dois dias na capital finlandesa. No dia 21 de manhã, uma quarta-feira, rumamos, via ferry boat, para Tallinn, capital da Estônia, onde passamos o dia. Como não havia um trem para São Petersburgo, que dista cerca de 400 km, compramos a passagem de ônibus, que saia a meia-noite de Tallinn. Assim, após comprar a passagem de manhã, fomos conhecer a capital da Estônia e às 19h, cansados, chegamos novamente na rodoviária para esperar o ônibus. Meu medo era que os oficiais da fronteira criassem caso na nossa entrada, uma vez que o acordo Brasil-Rússia era muito recente. Assim, comecei a ficar assustado, pois chegaríamos à fronteira Estônia-Rússia às 3h da madrugada e se fossemos barrados, ficaríamos no meio do nada e na escuridão. Não posso negar que fiquei namorando um relógio digital de parede, dentro do ônibus, minuto a minuto, vendo o tempo passar, com o coração na mão. E o sol se pondo a meia-noite, um espetáculo da natureza.
O trecho era um típico pinga-pinga, parando em várias cidades, até a parada crucial na fronteira. Inicialmente, a funcionária estoniana pegou nossos passaportes dentro do ônibus, foi para seu escritório e, meia hora depois, voltou com todos eles carimbados, indicando que estávamos saindo do ‘Espaço Schengen’, ou União Europeia. Dez minutos depois paramos na entrada da Rússia. Desta vez todos tivemos que descer com as bagagens, e meu coração batendo enlouquecido. E agora?
Duas filas se formaram. Eu e minha esposa fomos os últimos de uma delas. Todos iam passando sem problema pela imigração. Será que nós passaríamos a vergonha de sermos barrados? Chegou nossa vez! A funcionária pegou o passaporte, digitou alguma coisa no teclado do computador, carimbou o passaporte e me devolveu. Assim mesmo. Simples. Sem uma palavra. Entrei na Rússia. Depois foi a vez da minha esposa, passamos por um oficial com um cão para ‘cheirar’ as malas a procura de algo suspeito e voltamos para o ônibus rumo a São Petersburgo. Não posso negar que a partir dali uma empolgação tomou conta de mim, à medida que via as placas em cirílico, a arquitetura oriental, as igrejas ortodoxas… Era um novo mundo.
E São Petersburgo não me decepcionou. Ficamos dois dias na cidade, conhecemos o máximo, visitamos Peterhof, uma cidade com um palácio lindo a 20 km, até que retornamos para a União europeia novamente, via ônibus, para Riga, capital da Letônia. Deixamos para trás uma aventura inesquecível e, na nossa memória, uma das cidades mais lindas já visitadas na Europa. Na próxima viagem: Rússia novamente, sem duvida!
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