Mochilão de aventura: porque fazer? Seis motivos para você viver essa experiência!
Diretamente da redação do blog Dondeando por ai para o site Sair do Brasil.com, começamos hoje uma coluna especial sobre mochilão.
Como 99,9% das pessoas no mundo, eu adoro viajar. Muito! Só que, diferente dos roteiros convencionais para cidades grandes (Buenos Aires, capitais européias, Nova York, etc), sempre optei por lugares mais exóticos. Sou uma apaixonada por mochilões de aventura, e nessa minha busca pelo que era diferente, eu acabava me descobrindo em destinos mais alternativos, com muita natureza ou com a possibilidade de se realizar algum esporte ou aventura que fugisse ao be-a-bá turistão de todo dia.
E o resultado é que descobri uma nova gama de possibilidades de viagem ao começar os mochilões de aventura! Por que as vantagens à primeira vista são as mesmas do mochilão normal: tudo é mais barato e com mais liberdade para montar seu roteiro. E o “plus”: a possibilidade de ver paisagens arrebatadoras, liberar endorfinas, conhecer novos estilos de vida… Isso só pontuando por baixo!
E por isso, enumero abaixo 6 razões pelas quais eu acho que uma mochila das costas e uma trilha à frente – ao lado de plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho – deveriam constar na “to-do list” de experiências de vida de todo mundo:
1. Paisagens alucinantes: Imaginem um deserto (quente!) cheios de montanhas de cumes nevados (frio!), e nele um
lago congelado (friiiio!) ao lado de um lago de água termal (bem quente e gostosa, que dá para mergulhar e tudo?)… Imaginem um deserto de mais de 36 mil km2 de sal puro, até perder de vista… Ou um lago de água e magnésio que é um verdadeiro espelho?
Sei lá… Longe de mim questionar a energia vibrante de uma cidade grande… Mas acho que caminhar por paisagens assim nos devolvem a dimensão de grandiosidade do mundo, que a gente acaba esquecendo no dia a dia…
2. Conhecer mitos e lendas locais: a maioria dos lugares que são santuários ecológicos ou guardam em si esse apelo de turismo ecológico foram, lá trás, regiões habitadas pelos povos locais antigos (indígenas, maoris, incas, etc) e cuja influência talvez ainda possa se sentir com mais força do que nas grandes cidades. E esses povos, em sua maioria, tinham um contato muito forte com a natureza, atribuindo mitos e lendas a elementos, lugares ou monumentos construídos por eles. E convenhamos: qualquer lugar ou coisa que esteja envolto em uma história antiga “ganha” uma aura toda especial… Senão, as pirâmides seriam só um amontoado de pedra do deserto, Taj Mahal seria um necrotério e Machu Picchu uma cidade em ruínas…
3. Fazer amigos: Se você é descolado, faz amizade com todo mundo e conversa mais que vovó em fila de banco, mochilão de aventura é um prato cheio. Principalmente porque o estilo das pessoas que optam por esse tipo de turismo são jovens (de corpo e de espírito! Vi muito tio de 70 anos de mochila nas costas e uma performance de dar inveja aos garotões marombados), naturebas, consciência ecológica a mil, papo super cabeça, simpáticos e bem humorados (afinal, atividade física libera endorfina!). Não tem tempo ruim com ninguém, e todo mundo acaba entrando na mesma vibe de admirar e curtir a natureza.
4. Fazer uma imersão de fato na cultura de um povo:
Essa talvez seja para os mais tímidos que preferem observar que interagir. Acho que é a melhor forma de se conhecer de verdade o povo que você está visitando. Foi assim que descobri, por exemplo, que o chapéu côco das tiazinhas bolivianas das classes mais populares, por exemplo, tem uma razão que transcende a moda no seu uso: existe uma espécie de convenção que reza que senhoras casadas usam o chapéu reto na cabeça e as solteiras usam meio viradinho de lado.
Quando que eu ia descobrir isso, se não tivesse me embrenhado no meio delas?
5. Ter histórias para contar: Sim, porque o que não falta num mochilão são histórias surreais e perrengues deixar a gente desesperada na hora – mas que rende várias risadas depois com os amigos! Coisas do tipo:
– Atravessar a fronteira Bolívia X Chile – 20 bolivianos pela taxa;
– Transporte da fronteira até a aduana em São Pedro de Atacama em um microônibus boliviano – custo incluso no tour de 4X4 pelo Deserto de Uyuni;
– Ouvir do guia do microônibus: “A viagem daqui até a aduana de São Pedro dura uma hora. No Chile é proibido entrar com cocaína, maconha, heroína, crack e drogas semelhantes. Então, se alguém estiver com algum desses itens, por favor, vocês tem uma hora para consumir.” – Não tem preço!
6. Esquecer da vida: Isso e sério… Uma viagem que envolva qualquer tipo de trekking ou travessia faz bem não só para o corpo, mas para o espírito! É quando a gente sai da rotina do dia-a-dia, e à medida em que a gente vai andando, vamos deixando as preocupações lá trás. Talvez por isso que caminhadas famosas como a peregrinação de Santiago de Compostela ou a trilha Inca guardam um lado místico – porque não é só o lugar em si que conta, mas o quanto você vai repensando na sua vida, em silêncio e só você, ao longo do caminho. Fica mais fácil, nessas horas, rever conceitos supérfluos, ampliar horizontes e pensar em novas atitudes.
Desculpem pela explicação metafísica demais, mas sou uma mochileira inveterada apaixonada por paisagens de trilhas que os mochilões de aventura proporcionam. Acho que elas refletem uma filosofia de vida – e a vida, assim como os caminhos, não foram feitos para se chegar a um destino, e sim para curtir a jornada!
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