Crise prejudica programas de intercâmbio
Estudantes chegam ao exterior e não encontram o emprego que esperavam. Segundo a Associação das Operadoras de Intercâmbio, as vagas são responsabilidade do empregador americano.
A crise mundial prejudicou estudantes brasileiros que viajaram em programas de emprego temporário. Dez mil embarcaram no fim do ano passado e muitos tiveram que voltar antes do tempo.
A viagem era a grande oportunidade. Pedro ia aprender inglês, ganhar salário em dólar e depois viajar pelos Estados Unidos. Mas assim que desembarcou recebeu a notícia. “Não estavam contratando”.
A cafeteria que daria uma vaga ao estudante alegou que a crise financeira impediu a contratação. “Não tinha condições de ficar me mantendo sem trabalhar, sem ter dinheiro para me sustentar lá”.
Se para os estudantes sobra frustração, para as famílias também fica um grande prejuízo. Na maioria dos casos, os pais sacrificam o orçamento da casa na esperança de fazer da viagem um investimento na educação dos filhos.
“A gente estava pensando que ele, trabalhando lá, ajudaria de alguma forma a pagar a própria faculdade”, planejou o pai Josemar Augusto de Lima.
A família da estudante Thaíza Braga também gastou as economias, mas ela nunca foi contratada. “A gente, na primeira noite, dormiu no chão, no carpete que tinha lá. Estavam 8ºC”.
Segundo a Associação das Operadoras de Intercâmbio, as agências são obrigadas a dar apoio aos estudantes. Mas as vagas são responsabilidade do empregador americano.
“Dependendo da modalidade do programa, o aluno vai saber exatamente quais são as cláusulas contratuais em relação a esse emprego. Agora, a garantia da manutenção do emprego sai da alçada da empresa de intercâmbio”, explicou Maura Leão, da Associação de Empresas e Operadoras de Intercâmbio.
A mãe de Thaíza mostra que, no contrato assinado no Brasil, a agência se comprometeu a conseguir uma nova colocação se não houvesse vaga. “Nós vamos correr atrás dos nossos direitos”.
Por: Jornal Nacional
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