Brasileiros viram ‘imigrantes de luxo’ no Canadá
Esqueça os brasileiros barrados na Inglaterra e na Espanha, esqueça o preconceito sofrido em Portugal, a dificuldade de integração no Japão e a perseguição aos que vivem ilegalmente nos Estados Unidos. Quando chegam ao Canadá, os brasileiros que escolhem ir morar no país mais ao norte do continente americano são bem acolhidos, se integram com a população local e se sentem em casa, tudo como parte de uma política pública que tem o objetivo de atrair estrangeiros em vez de mandá-los embora.
“O Canadá é um país aberto, e nossa integração é muito rápida”, o consultor brasiliense Fabiano Henriques, que se mudou para lá em julho de 2007 e que já se diz adaptado à realidade do país da América do Norte. O motivo, explicam os imigrantes e o próprio governo do país, é a necessidade de atrair profissionais especializados, que estão em falta no país, por conta especialmente do envelhecimento da população.
“Os canadenses nos recebem bem, pois têm necessidade de aceitar imigrantes, precisam de mão-de-obra. A população do país está envelhecendo e eles selecionam os candidatos que querem se mudar para cá, buscam jovens com experiência em áreas em que há carência de profissionais”, disse o analista de segurança de rede de computadores Patrick Duglay, que completou neste sábado dois anos morando no Canadá, na Cidade de Québec.
Segundo ele, o país tem uma estrutura voltada para o imigrante. Logo ao chegar ao Canadá, ele recebe um número de assistência social e uma carteira de residente permanente com quase todos os direitos que o cidadão canadense tem, tirando os de votar e de se candidatar a cargos públicos. “Somos recebidos por um escritório de imigração que nos apresenta à cultura e à sociedade canadenses, ensina como fazer currículo, como se comportar em entrevistas, oferecem aulas de francês e até bolsas para que estudemos o idioma”, disse.
“O Canadá sempre teve imigração aberta, ao contrário dos outros países”, explicou Hector Vilar, produtor da Rádio Canada International, que vive no país há oito anos e que fez uma cobertura de todo o processo de imigração de Duglay e sua mulher. “Existe uma semelhança grande entre o Canadá e o Brasil nesse sentido, de mistura, de convivência com imigrantes. É muito mais fácil ser imigrante na América do que na Europa. Na Europa o imigrante não se integra, ele sempre é imigrante. No Canadá é como no Brasil, o imigrante é incorporado, não é mal-visto.”
Por: G1
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