Mulher brasileira no exterior é discriminada SIM!
Mulher chorando em um canto de uma rua de Londres… – Polícia pergunta – ” Where are you from?”
– O que você faz aqui?
– Do you speak english?
– Você não pode estar com esta criança na rua nesta situação!! Você pode ser penalizada!
– Vou perguntar pela última vez, O QUE VOCÊ FAZ EM LONDRES?
Neste momento pessoas chegam e começam a clamar.. ” Ajuda ela e pare com as perguntas !”
“Não gosto de lágrimas, ainda em olhos de mulheres, sejam ou não bonitas; são confissões de fraqueza, e eu nasci com tédio aos fracos. Ao cabo, as mulheres são menos fracas que os homens,ou mais pacientes, mais capazes de sofrer a dor e a adversidade…” Machado de Assis
Esta é uma das histórias que se vê quando vivemos no exterior…
A mulher em geral é discriminada, mas posso dizer que, como testemunha real, como advogada, já presenciei vários casos de discriminação do próprio juízo e do Ministério Público, quando se trata da mulher brasileira.
Todos se perguntam quando isto vai mudar e porque isto ainda acontece.
É tão grave a situação que as próprias mulheres brasileiras estão mudando o comportamento. As que ja vivem mais tempo fora do Brasil, já nem sorriem naturalmente, não brincam, não usam as roupas que gostam, tudo isso, por medo de sofrer preconceito. No curso de Mestrado da Universidade de Lisboa, constatei algumas alunas, falando com o sotaque português para serem aceitas, com a desculpa de que assim eles, os portugueses as entendiam melhor.
A mulher brasileira no exterior tem que provar que fala inglês ou outra língua qualquer, ter curso superior e ser… ” não muito bonita” para ser reconhecida como capaz, honrada e de valor.
Recentemente ocorreu um caso de Direito de Família Internacional, onde eu fui a primeira advogada a tratar do caso, orientando a cidadã brasileira Erica Acosta que, casada com um holandês de nome Michiel Plaak, teve o filho abduzido por este. Muito conhecido na Mídia este caso, foi noticiado na Rede Record . Publiquei no meu Blog um artigo falando sobre o caso em si há algum tempo atrás.
Trata-se da carioca, Erica Acosta: Professora de Inglês, que casou-se e teve seu filho no Brasil, imigrando depois para a Holanda, onde um ano depois foi tratada com violência pelo marido, desencadeando assim um processo de divórcio, com capítulos nada parecidos com os romances das novelas brasileiras.
Em entrevista recente, via MSN , Erica relatou a mim, todos os momentos difíceis que enfrentou e que, ainda continua a sofrer, por conta do preconceito.
Morando na Alemanha, uma vez que ela já morava lá com o marido na época da separação. Ao iniciar o processo de divórcio, Erica foi agredida, fpelo marido, ficou sem dinheiro e no meio da rua, onde foi acolhida por um amigo. Pessoas passavam e não a ajudavam. Erica ficou em desespero..
A brasileira quando relatou o caso ao cônsul adjunto na Alemanha, ele simplesmente disse que “ISSO ACONTECE MUITO POR AQUI” – Ou seja, o governo brasileiro tem ciência do que acontece com a mulher brasileira no exterior mas não toma uma atitude mais severa, mais importante sob o aspecto legal que possa vir a ser tratado o assunto.
Não existe de fato, por exemplo na Alemanha, um serviço de apoio a mulher quando ela tem esse tipo de problema, Erica ficou na Rua, na neve à espera de ajuda do amigo que veio lhe socorrer e segundo Erica, a única atitude tomada pelos funcionários foi conversar com os policiais.
Em várias situaçoes podemos constatar o preconceito e o descaso com a mulher e principalmente com a mulher BRASILEIRA.
Em outro relato Erica conta que no tribunal , apesar de ela ser professora de inglês, foi preciso o auxilio de um tradutor inglês, para que tivesse maior credibilidade no processo, segundo a advogada alemã, o tradutor deveria ser um inglês.
Com as próprias palavras da Erica podemos ver que para se ter a custódia de uma criança não basta ser mãe, ela tem que ter diplomas, falar outras línguas pra provar ter condições de criar o filho, mesmo este filho tendo sido abduzido pelo pai, que não o sustenta , mas terá direito agora a visitas supervisionadas…
Erica diz:
“Puxa, minha língua de emoção é o Português e eu tinha que falar Inglês para “provar” ser bem educada e ter condições de criar meu filho
Sim, Cláudia, falar Inglês não é o problema, o problema é entender que o Brasil não tem credibilidade alguma
Que se uma mãe não fala Inglês e vai lutar na justiça pela custódia dos filhos, a sua língua pode ser um determinante para o veredicto, isto é muito triste
Estou aprendendo Alemão, já tenho o certificado B1, estou estudando para o B2″
“A mãe do Michiel (seu marido holandês) não tem curso universitário, mas nunca foi questionada a capacidade dela de cuidar do filho…então por que quando o caso é com uma Brasileira, isto vem em questão?”
Conclusão: Erica precisou provar que tinha diplomas, que fala inglês, que tinha dinheiro para sustentar o filho, e o pior é que no meio de todo esse terror, ainda surgiu uma pessoa ligada a uma Rede de Brasileiros que atua na Europa com o suposto intuito de ajudar os imigrantes, mas que na verdade criou mais problemas pra Erica questionando os diplomas e postando coisas contra a idoneidade de Erica.. Eis ai o preconceito vindo da própria mulher brasileira revestido de oportunismo, visando seus próprios interesses, esta pessoa vive na Alemanha e agora usa um outro nome e fazia parte da Rede de Brasileiros na Europa, fica mais um alerta a todos que, quando estiverem em uma situação como esta, muito cuidado com os oportunistas que visam cargos políticos através das associações e Redes… Esta pessoa esta sendo processada criminalmente e com certeza vai pagar pelo que quase causou a Erica. Hoje ela tem a guarda do filho e o pai não tem direito a recorrer.
Esta história é verídica, exemplo de vitória da MULHER BRASILEIRA.
No Brasil temos vários exemplos, que podem começar pela ilustre presidenta do Brasil, Dilma Russef
Médicas, escritoras , juízas, mulheres de coragem que são exemplos para nós todas.
No Rio de Janeiro, uma Juíza Criminal que já teve seu carro metralhado por expedir mandados de prisão a perigosos criminosos. A juíza Thelma de Araújo Fraga, não se cala e nunca desiste de lutar pela justiça, de exercer sua profissão e além disso é mãe de quatro filhos lindos, é professora universitária, é valente e agora tem um projeto que recupera ex detentos, alguns inclusive que ela mesma proferiu as sentenças, são exemplos mais visíveis , mas obviamente temos as anônimas, a mulher que sustenta o filho sem nenhum apoio do governo, a mulher brasileira merece respeito como todas as demais ao redor do mundo!
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