Viver em Quebec vale a pena? 2 anos no Quebec e as minhas impressões
Viver em Quebec vale a pena? 2 anos no Quebec e as minhas impressões.
- Viver em Quebec – Violência: Aqui esquecemos disto. Lógico que existe tráfico de drogas, assaltos, roubo de carros, assassinatos, fraudes, estelionatos, etc.., mas em número tão pequeno que não ameaça a sensação de segurança que sentimos. Assim, um cara esfaqueado de madrugada no centro de Montréal vira notícia, tanto como o tal de Villanueva morto pela polícia há quase um ano, caso que continua a dar o que falar.
- Viver em Quebec – Poluição: Tem poluição, smog, camada de ozônio destruída, mas nada comparável à São Paulo.
- Viver em Quebec – Trânsito: Trânsito existe, principalmente dentro de Montréal e nas pontes que ligam à Rive-Sud (mais grave) e à Rive-Nord(Laval). No inverno, o pessoal dirige bem mais devagar e as ruas ficam mais estreitas por causa da neve acumulada. No verão, temos as obras. Mesmo assim, nada comparável à São Paulo, pois além de não termos congestionamentos monstros em qualquer hora do dia, não existem motoboys nem o medo de ser assaltado nos faróis.
- Viver em Quebec – Respeito aos animais: Se bem que existem criadores inescrupulosos e donos irresponsáveis , achamos bom não vermos animais abandonados na rua (principalmente cachorros).
- Viver em Quebec – Qualidade de vida: o horário de trabalho é respeitado, ciclovias, parques, patinação no gelo,etc…
- Viver em Quebec – Bilinguismo: A região de Montreal é um dos poucos lugares verdadeiramente bilíngues no Canadá. Temos TV aberta e escolas e universidades nos dois idiomas e no trabalho, a mistura de idiomas é uma realidade. Só temos a ganhar com essa diversidade.
- Viver em Quebec – Burocracia: Segundo o que vivemos até agora(não posso falar por todos) , achamos tudo pouco burocrático, até mesmo os serviços governamentais. Para quem estava acostumado à apresentar mil cópias autenticadas com firma reconhecida para qualquer coisa, aqui é o paraíso.
- Viver em Quebec – Saúde: É o tema mais controverso. Há o lado bom e o lado ruim, mas não podemos opinar muito ainda, pois felizmente não utilizamos muito este serviço. Analisando do ponto de vista que todos recebem o mesmo tratamento, rico ou pobre, achamos mais justa que o sistema brasileiro que tem duas caras: o pobre vai ao Inamps, a classe média baixa tem plano de saúde meia-boca(se tiver) e poucos têm um bom plano de saúde(mas nunca perfeito). Mesmo nesse grupo, tem os que vão ao Einstein e os que esperam 6 meses por uma consulta.
- Viver em Quebec – Repartição da renda: Aqui é muito mais justo sem dúvida. As profissões mal pagas no Brasil aqui são melhor remuneradas. Isso reflete no nosso bolso, pois fica bem mais caro pagar por alguns serviços. No Brasil a concentração de renda aparece claramente. Aqui é menos grave. Isso incomoda claramente os imigrantes oriundos da “elite” brasileira.
- Viver em Quebec – Internet, celular: Aqui não tem nada comparável à má-qualidade do Speedy. Meu serviço da Videotron vem funcionando há 2 anos sem interrupções nem falhas. Não tenho do que reclamar também da operadora Rogers (celular).
- O verão é só alegria, muita vida, muito passeio de Bike, festivais…
- O Outono é muito belo e triste também, pois é um sinal da chegada do inverno.
- A primavera nos dá esperanças que o inverno termina e que um dia começa o verão..ainda tem frio e muita chuva…mas a vida renasce…a grama começa a ficar verde, as folhas nascem novamente, as flores aparecem.
- Transporte: Agora temos carro, mas vivemos por 14 meses a realidade do transporte público. É seguro, normalmente pontual e organizado, se bem que peca pela limpeza.
- Apoio para os imigrantes: francisação, cursos de inglês/francês, emploi québec,etc..
- Respeito: Nunca sentimos descriminação por sermos imigrantes, nem conheço alguém que tenha sido. Tem quem é racista e descrimina, mas onde é que não tem?
- Direitos civis: Direito ao aborto, casamento gay, restrição ao porte e venda de armas, inexistência de pena de morte.
- Shows, cinema: Nenhuma confusão nem filas. É chegar, dar o ingresso e ir entrando. Seu lugar está lá garantido. Como aqui não tem a famigerada “meia-entrada”, muitos preços aqui chegam a ser menores do que no Brasil.
- Inverno: Não é só o frio. Estando com a roupa certa, tudo bem. O pior são os dias curtos, calçadas escorregadias, remover neve e gelo do carro mas o pior mesmo é a duração do inverno e o que deixamos de fazer por causa dele. Em meados de outubro já começa a fazer frio para andar de bicicleta. Guardamos a bike e só voltamos com ela quase em maio. Praticamente 5 meses ! E bota um mês a mais sem sair de casa só de bermuda e chinelo. Lógico que a gente sai de casa para patinar, esquiar ou só passear , mas sem dúvida o tempo que passamos ao ar livre é muito menor.
- Bancos: mais especificamente os sites. são bem mais simples. Nada comparável ao bankline do Itaú por exemplo.
- Serviços: Tudo é caro, mas é o preço que se paga por viver numa sociedade com menos injustiças. No mínimo, $9/h..no mês pode chegar a $1500, suficiente para viver dignamente.
- Acomodamentos: Excesso de concessões à determinados grupos de imigrantes que se recusam à aceitar e se adaptar aos valores da sociedade québécoise/canadense, apesar de terem escolhido imigrar para cá.
- Gerenciamento de trânsito: Aqui a CET dá saudades. Se um semáforo quebra, fica assim por dias e não vem ninguém para organizar o cruzamento. Quando tem obra, chegam e fecham a rua, sem analisar os impactos. Muitas vezes fecham uma faixa dias antes de começar a obra. Poucos semáforos inteligentes. Tem lugar que o tempo de abertura de uma rua sem movimento é o mesmo de uma grande avenida.
- Obras: Depois do longo inverno, as ruas estão todas cheias de buracos. Então começa a temporada das obras na primavera até o outono. Se o trânsito complica no inverno por causa da neve, no verão o trânsito é ruim por causa das obras.
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