Dicas rápidas para um mochileiro de primeira viagem
Pegou coragem? Vai planejar seu primeiro mochilão, sair da zona de conforto dos pacotes fechados e cair no mundo? Segue algumas dicas iniciais para você não se perder: Roteiros: Já é sabido que, na viagem de mochilão, o roteiro é montando de acordo com sua vontade e conveniência. Só que às vezes esse excesso de liberdade acaba assustando alguns aspirantes a mochileiros que ainda não tenham o espírito tão aventureiro assim. Mas ainda assim é possível agradar a gregos e troianos. A maioria dos albergues, em especial os afiliados à rede HI Hostel (aliás, recomendo fazer a carteirinha de lá) possuem passeios e tours para as principais atrações locais e que podem ser reservados no próprio albergue por preços bem módicos. Então, você tem a mobilidade de chegar e sair da cidade na hora e como quiser, mas com a conveniência e segurança de reservar um tour exclusivo que pega e deixa no albergue. Sem estresse.
Para montar o seu roteiro: Dicas de bons lugares podem ser encontrados em guias tradicionais como o Lonely Planet, Rough Guide e Frommer’s, mas as dicas e os macetes de como chegar e o que fazer (e, principalmente, o que não fazer), podem ser pegos em sites como o Mochileiro.com e blogs de viagens, como os parceiros indicados aqui no Sair do Brasil.
Equipamentos:
Suponhamos que você vai fazer um rafting. Geralmente as empresas de turismo vão te oferecer o equipamento, incluso no preço. Agora, pode acontecer de elas oferecerem apenas parte do equipamento (no caso de trekking, escaladas e acampamentos) em que você tem que providenciar roupas especiais ou artigos pessoais. Quem tiver interesse em comprar, tudo bem, mas caso não tenha, nesses lugares é possível encontrar aluguel de roupas ou ferramentas a preços bem baixos (só procure pesquisar antes! Reza a lei da oferta e da demanda que quanto mais próxima a loja for do local onde será usada, mais cara ela vai ser). Então, não precisa comprar uma bota de alpinismo que depois vai ficar mofando no armário…
Preparo Físico: Claro que um bom condicionamento físico ajuda (na viagem e em tudo na vida), mas engana-se quem acha que precisa ser um atleta para fazer esses esportes de aventura. È preciso ter apenas um mínimo de resistência, mas muitos dos passeios estão acessíveis a semi-sedentários como eu que mal correm atrás de ônibus. A menos que você queria fazer um salto duplo twist carpado, para um bungee jump tudo o que você tem a fazer é deixar o corpo cair. Num rafting, é remar. Num trekking, é andar… E pronto! Sem medo de ser feliz.
Administração de Orçamento: A maioria dos albergues só aceita pagamento em cash, que deve ser feito no ato do check-in – e isso tanto para hospedagem quanto para os tours. Então, se você tava pensando em jogar tudo no cartão de crédito para ganhar milhas, esqueça. Deixa o cartão para comprar sua passagem de avião ou ônibus, e principalmente para fazer as reservas dos albergues pela internet com antecedência. É sempre bom andar com os dois em mãos.
Procure levar sempre com você: Dinheiro vivo na moeda local, cartão de crédito internacional (dois, se você achar que precisa de um limite a mais. Eu desaconselho, porque é coisa a mais para se perder, para ser roubado, e mochileiro de verdade não sai por aí dando vazão à sua compulsão consumista!), plano de saúde, carteira de vacinação, cópia do passaporte (o original guarde muito bem guardado na sua mochila!).
Segurança: Como toda viagem, e especialmente no caso de mochilão, cuidado com a segurança. A gente que é brasileiro, acaba achando que estamos descolados com roubos e furtos, e relaxamos na segurança. Então, sempre ande com o seu dinheiro com você. Uma dica é deixá-lo espalhado. Por exemplo, um pouco de dinheiro escondido na sua mochila de viagem (devidamente lacrada com o cadeado, lógico), um pouco na sua bolsa tiracolo, um pouco naquela pochete que vai debaixo da calça, e um pouco no tênis (sim, isso mesmo!). Assim, se você for roubado, diminui pelo menos as chances de ter todo o seu dinheiro levado. E sempre é bom ter dinheiro à mão para eventuais paradas para comer ou beber, já que, dependendo do passeio em que você estiver (uma trilha, por exemplo), a probabilidade daquela única biroska no meio do mato aceitar Visa ou Master é ínfima.
Ah, importante: já que você é um mochileiro de aventura, providencie uma carteira/bolsinho/qualquer coisa que seja impermeável. Em último caso, envolva no velho e bom saco plástico. Porque sabe como é, né? Na vida de um mochileiro de aventura sempre existem chuvas, caminhadas com direito a transpiração intensa, neve, lagos…Dinheiro molhado ainda é dinheiro, mas rasga fácil, né!
O que levar? Vamos lá…
- Mochila: Para viagens mais longas que um mês, o ideal é você ter uma mochila de, no mínimo, 70 litros – e se possível, que seja confortável de carregar, com alças que não machuquem, suporte para o peitoral e não sobrecarregue a coluna – lembre que você vai carregar ela bem pesada! Uma dica é comprar uma cujo tecido seja resistente à água, que tenha uma abertura lateral (para você não precisar tirar tudo da mochila só para pegar aquela meia que tava ali no meio) e – grande macete – que tenha uma capa de chuva.
- Roupas: Se o destino for um lugar quente, melhor – as roupas são leves e ocupam menos espaço. Mas se o destino for frio, faça o seguinte para gerenciar espaço x volume das roupas: invista em muitas blusas e camisetas para usar por baixo (e aí podem ser as blusinhas bonitinhas que você mais gosta, confortáveis. Uma dica é levar blusas de tecidos que não amassem. A maioria dos lugares assim tem calefação nos ambientes fechados), dois casacos medianos (e aí pode ser um mais despojado e um mais arrumadinho), e um super mega casacão, impermeável de preferência, aquele que segura o frio daqueles momentos “Um dia depois de amanhã” (Columbia e North Pole são boas opções). Esse casacão você leva na mão (ou vestido), e dependendo da temperatura você vai acrescentando ou tirando roupas. Quanto às calças, três no máximo (uma jeans, uma cargo e uma de tactel ou dryfit são boas opções, tanto para compor em diferentes situações quanto pela praticidade. Meninas podem levar calças bailarinas, que secam rápido e não amassam). Para aguentar o frio, gorro, boas luvas, boas meias de lã e, dependendo, uma blusa e calça segunda pele para segurar.
Dica: Leve calças e casacos de cores diferentes. Senão nas fotos parece que você está sempre com a mesma roupa!
- Sapatos: dois tênis (um Timberland para trilhas e um confortável para andar), para um ficar de curinga se o outro molhar, por exemplo. Um chinelo e uma sandalinha rasteira estão de bom tamanho. Uma vez fiz a besteira de levar uma sandália alta para uma viagem pela Nova Zelândia. Só serviu para a minha sandália contar para as amigas sandálias dela que ela foi viajar…
- Acessórios: Levar uma toalha é uma boa. Comprar papel higiênico e deixar na bolsa também ajuda.
- Remédios: Remédio lá fora é caro e muitas vezes você não consegue comprar sem receita. Então, vá o mais preparado possível para superar a ziquizira mais improvável. Logo, leve: descongestionante nasal, remédio para alergia, para dor no estômago, para má digestão, para azia, para dor muscular (principalmente se você for fazer trilhas), para dor de cabeça, antigripal, anticoncepcional, anti-piriri… Enfim, leve sua própria farmácia!
4 comentários