Viajar sozinha: Mulheres que viajam o Brasil e o mundo sozinhas

Viajar sozinha Mulheres que viajam o Brasil e o mundo sozinhas

Viajar sozinha: Mulheres que viajam o Brasil e o mundo sozinhas

Mulheres que viajam o Brasil e o mundo sozinhas

A cada dia mais mulheres perdem o medo e encaram a estrada sozinhas, livres e felizes rumo a um novo destino. Em março, o Ministério do Turismo divulgou uma pesquisa que aponta o aumento de 17,8% no número de mulheres que desejam viajar solo este ano, percentual superior até ao de homens com o mesmo pensamento.

Embora ainda existam riscos que são mais comuns às mulheres que aos homens, viajar by yourself pode ser uma experiência libertadora e enriquecedora para qualquer uma. E para ilustrar bem esse índice que cresce cada vez mais, falamos com algumas mulheres viajantes sobre as suas experiências solo pelo mundo.

Por que viajar sozinha?

Viajar sozinha: Mulheres que viajam o Brasil e o mundo sozinhas

Vanessa em Londres

Essa é a primeira pergunta que vem a mente para quem nunca teve o gostinho de sair por aí sem companhia. E o principal motivo para isso é simples: ter liberdade. Sozinha você pode fazer tudo no seu tempo, do seu jeito, sem ter que se preocupar se vai atrapalhar o passeio de alguém ou se terá a sua viagem atrapalhada pelos outros.

“Quando você viaja com várias pessoas, todo mundo tem que ceder alguma hora. O bom de viajar sozinha é justamente nunca precisar ceder, você faz o que quer. Cada pessoa tem seu ritmo e não precisar respeitar o ritmo dos outros, só focar no seu. É muito libertador”, explica Vanessa Kern, que escolheu Londres para viver sua primeira aventura solo.

Além disso, existe um outro motivo ainda melhor para encarar esse desafio de viajar sozinha: sair da zona de conforto e proporcionar uma maior abertura para conhecer pessoas e culturas diferentes. O que com certeza será o seu maior legado depois de qualquer viagem.

“Viajar acompanhada inevitavelmente diminui a probabilidade de você conhecer novas pessoas, fazer novas amizades e criar uma rede de conhecidos. Viajar sozinha possibilita uma abertura maior para o fora, para o outro, para o desconhecido. Você tem menos controle das situações a acaba aprendendo a lidar melhor com você mesma e com imprevistos” opinou Luisa Galiza, que apesar de ter tido alguns medos antes de sua primeira viagem desacompanhada, hoje já perdeu as contas de quantas vezes pegou a mochila e partiu sozinha.

Como superar o medo e fazer a primeira viagem?

Claro que não é logo ao se decidir e comprar a passagem que todos os medos vão embora, então é natural que na sua primeira experiência alguns receios e temores ainda assombrem. Mas nada como uma viagem após a outra, alguns mitos desfeitos e boas aventuras vividas para que as coisas se tornem naturais. Portanto, apenas vá e não desista na primeira tentativa!

“Quando eu fui para Londres, passei o dia andando e deixei para ir à Camden Town no fim da tarde. Amei o lugar, mas a medida que anoitecia, eu fui ficando com medo e voltei correndo pro hostel. Não chegou a acontecer nada, mas poucas vezes me senti vulnerável em um lugar como esse dia em Londres”, confidenciou Vanessa, que mesmo sabendo que estava em um país seguro e uma das cidades mais indicadas para mulheres que gostam de viajar sozinha, teve alguns receios.

As mulheres naturalmente são mais vulneráveis, e com a violência toda que existe no Brasil, é comum que levemos esses medos por onde andamos. Ainda que você esteja em um local super bem recomendado e sem correr qualquer risco, no primeiro momento você sempre vai desconfiar até conseguir se adaptar ao novo ambiente e se sentir confortável nele, foi o que aconteceu com Luisa:

“A primeira vez que viajei sozinha foi para Fortaleza, no Ceará. Eu lembro que andava pelas ruas agarrada na minha bolsa e olhando para os lados desconfiada que seria assaltada. A cidade é viva culturalmente e tem praias incríveis. Fui sem muita expectativa e receosa por estar sozinha, com medo de não ter coragem de andar e conhecer os lugares. Mas foi muito mais fácil e muito melhor do que eu havia imaginado”.

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Luisa em Fortaleza

Dicas para fazer uma viagem sem problemas

Seja sozinha ou acompanhada, é sempre bom fazer um planejamento para a sua viagem com antecedência. Ainda que você resolva mudar algumas rotas, períodos de estadia, incluir destinos novos, etc, a base da sua viagem deve ser bem planejada para evitar que você passe por quaisquer dificuldades.

Tipos de destinos:

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Mari e Bia – São Paulo

“Se você segue o estilo mais ‘livre’, viajante raiz como dizem, tem mais chances de gostar de destinos com passeios diferentes que em geral te obrigarão a conhecer muitas pessoas novas, como por exemplo, Rio e São Paulo no Brasil, ou Nova York, Londres, Amsterdam e outras cidades agitadas em geral fora do país”, ensinam as amigas Bianca Media e Mariane Robusti, que costumam realizar viagens sozinhas ou em grupo com outras amigas mulheres.

Mas se a princípio prefere algo mais reservado e tranquilo, ou deseja ter uma viagem para descansar, buscar auto-conhecimento ou de inserção na natureza, é melhor escolher pequenas cidades do interior do Brasil ou destinos estrangeiros menos badalados como cidades no interior da França ou Suíça. Antes de definir o local, é importante que você primeiro pontue o que busca nesta viagem.

Cuidados pré-viagem:

Pesquisar, esta é a palavra chave para começar bem qualquer viagem. Pesquise bastante sobre o seu destino, tipos de transporte, hábitos locais, tipos de passeios, onde se encontram os pontos turísticos, para então procurar e achar a melhor opção de hospedagem. Porque sim, esta escolha pode influenciar bastante no sucesso da sua viagem.

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Booking, Airbnb, Trip Advisor, Hostel World, Hostels.com são só alguns exemplos de sites que você pode usar para escolher o local onde deseja ficar já sabendo o que outros hóspedes acharam da acomodação. Ter esse feedback é muito importante para que você evite cair nas mesmas ciladas que outros viajantes já caíram.

“Em Maceió, Alagoas, eu escolhi um hotel na beira da praia que parecia lindo. Um quarto com vista para o mar, com uma varanda deliciosa e um preço justo. Mas durante a minha estadia comecei a reparar em um movimento estranho no hotel e descobri que ali era local de trabalho de garotas de programa. Minha sorte foi que ninguém me confundiu com elas e fiz uma ótima viagem, apesar desse imprevisto”, conta Luisa.

Cuidados durante a viagem:

Apesar da violência crescente no país, proporcionalmente também cresce a vontade de viajar das mulheres. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Airbnb, o Brasil está entre os cinco países que tem mais pessoas do sexo feminino viajando desacompanhadas. Portanto é importante que algumas providências sejam tomadas.

Não troque o seu dinheiro todo de uma vez, evite ostentar dinheiro ou pertences pela rua, peça dicas no seu hotel sobre os melhores lugares para ir e o que deve evitar, troque de transporte quando não se sentir confortável/segura nele (por exemplo, um vagão de trem/metrô vazio), faça uso de aplicativos que mostram o seu itinerário, compartilhe sua rota com amigos, evite ruas desertas e escuras, não aceite bebida de estranhos, dentre outros cuidados que temos que ter no nosso dia-a-dia.

O alerta da Vanessa é “quanto mais você puder planejar a viagem, se cercar de todos os lados de segurança, melhor pra você. Pelo fato de ser mulher, e de estar sozinha, é bom não correr risco de se perder, beber até cair e ser roubada”.

Lugares não tão aconselháveis:

Mesmo tomando todos os cuidados que listamos no tópico anterior, ainda assim existem locais que não são indicados para mulheres visitarem sozinhas. Seja por questões culturais, seja por machismo ou até por consequência de graves crises politicas/econômicas/humanitárias, simplesmente é melhor evitá-los quando estiver solo.

“Países árabes não são uma boa opção pra quem não tem costume de viajar sozinho. Eu já levei uma cusparada no rosto de um marroquino que me xingou por eu estar passeando na rua”, lamenta Bianca. Vanessa também passou por dificuldades, dessa vez em Atenas e Nápoles. Devido ambas as cidades terem sido tomadas por refugiados em condições vulneráveis, os índices de pobreza e, consequente, a violência aumentaram.
Já Luisa, se incomodou bastante com comportamento dos turcos.

“Em Istambul, na Turquia, eu me senti muito coagida pelo homens locais. Como a cultura e os valores de gênero são muito diferentes dos nossos, não me senti confortável enquanto visitava feiras lotadas e caminhava na ruas mais baladas a noite. Eles realmente mexem com você, te encostam e te abordam”.

Para onde ir:

Para finalizar, quais os destinos indicados para você viajar sozinha e aproveitar bastante a viagem? Cada uma das meninas tem as suas indicações.

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Mari na França

Mariana: Eu indico destinos para esquiar. Você vai conhecer muita gente legal nas aulas e nas festas after ski. A diversão é garantida.

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Bia em Paris

Bianca: Eu não iria para as Ilhas Maldivas sozinha (por ser um destino muito romântico). Mas super iria e já fui para Paris desacompanhada, com amigas e em casal, e cada uma foi completamente diferente da outra. São dois destinos românticos, mas com uma pegada diferente.

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Vanessa em Copenhaguem

Vanessa: Dublin, Bruxelas, Copenhague, Amsterdã e Viena são boas opções. Em sua maioria, são cidades pequenas (exceto Viena), de fácil locomoção e bem desenvolvidas, onde não existem tantos roubos e violência. São ótimas para você viajar sozinha.

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Luisa em Veneza

Luisa: Lugares quentes e mais badalados são ótimos para viajar sozinha. Primeiro porque a circulação na cidade em tempo quente é muito mais fácil e naturalmente o local fica mais movimentado do que em cidades frias. E onde tem festa tem gente animada e aberta para conhecer novas pessoas. No Brasil eu indico Fortaleza e Maceió no nordeste, Alter do Chão(PA) no norte, Florianópolis no sul, Chapada dos Veadeiros no Centro-Oeste e Trindade(RJ) no sudeste. Fora do Brasil tem a Califórnia (EUA), Bolívia, Colômbia, Itália e México.

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