Uma nuvem no céu
Este ano a América do Sul e agora também a Oceania estão enfrentando o mesmo problema que a Europa enfrentou no ano passado, uma nuvem de cinzas. Os transtornos nos aeroportos são incalculáveis e a paciência vai dizendo adeus a cada hora extra de espera sem notícias.
E não tem cia aérea em nenhum pedaço do mundo que facilite a vida de quem está esperando. Ano passado foram 14 horas da minha primeira vez na Europa que a TAP consumiu com falta de informações, atrasos e desrespeito. Me arrependo de ter arriscado.
Quando comprei as passagens o vulcão da Islândia ainda estava lá, na dele. Uns 20 dias antes do embarque o caos começou. Como a situação melhorava e piorava sistematicamente, achei que poderia ter sorte e conseguir embarcar. Alguns conhecidos voaram também com o destino a Paris alguns dias antes do meu voo e chegaram lá sem maiores problemas. Isso só me incentivou a não desistir de conhecer a cidade luz.
Quando cheguei ao aeroporto do Rio de Janeiro, notícias que o vulcão voltara a expelir nuvens de cinzas. Mesmo assim a TAP manteve o voo programado para Lisboa aquela tarde e garantia que não haveria atrasos na conexão para Paris.
E lá fui eu.
Chegando em Lisboa a situação parecia estável. Alguns voos cancelados, principalmente para o Reino Unido, mas Paris parecia receber normalmente os aviões.
Os voos da TAP para o aeroporto de Orly também estavam todos confirmados. Saiu um voo para lá, o meu seria o próximo. Na sala de espera, chamaram os passageiros e começou o embarque.
Até ai tudo tranquilo. Entramos no avião, sentamos.
Dois minutos depois um funcionário do aeroporto entra esbravejando no avião e mandando todo mundo sair. Quando as pessoas levantaram e começaram a se retirar, outro funcionário, esbravejando com o primeiro, manda que ninguém saia da aeronave. Depois de discutirem brevemente, decidem que as pessoas devem sair do avião e voltar para a sala de embarque. O trajeto deveria ser feito em um ônibus.
Subindo de volta à sala de embarque, ficamos na chuva, sim NA CHUVA, enquanto os atendentes de terra procuravam os canhotos dos bilhetes de cada um para devolver.
A primeira notícia foi que uma forte trovoada havia fechado o espaço aéreo da região. Até ai tudo bem. Mas duas horas depois e com o sol rachando do lado de fora a história já era outra.
Começou um festival de desencontro de informações. Da nuvem de cinzas ao horário apertado para pousos e decolagens, um a um, todos foram culpados.
Mais de um ano depois, ainda não consigo imaginar nada além de falta de organização. Já que todas as outras cias aéreas estavam fazendo a rota que a TAP dizia não poder fazer.
Nas 14 horas de espera aconteceu de tudo. Piquete, protesto, vandalismo. A polícia chegou fortemente armada e disposta à muita coisa.
Apenas 6 horas depois do horário marcado do voo que a TAP liberou alimentação para os passageiros, entre eles, uma senhora bastante enferma em uma cadeira de rodas e sem acompanhante, e pelo menos duas mães sozinhas com bebês.
Completavam 12 horas quando a TAP finalmente cancelou o voo e disse que deveríamos nos dirigir ao setor de bagagens para retirar as malas. Ali foram mais 2 horas de espera e mais protestos.
Eu tinha um problema grave, alguém me esperava em Paris e a TAP se recusava a me dar ou passar informações de lá. A pessoa relatou depois que no balcão de informações da TAP em Paris, não diziam nada além de “o voo esta atrasado“.
Com a mochila nas costas e no saguão do Aeroporto de Lisboa, parei na frente do quadro de partidas e escolhi a próxima empresa que faria a rota até a França e que não tivesse fila no balcão. A TAP nos instruiu a ir para o saguão entrar na fila de reclamações e ali resolver o problema de hospedagem ou outro transporte para aquela noite. A fila da TAP ocupava 50% do espaço do saguão. Outros 45% eram ocupados pela fila da Air France.
Escolhi uma pequena cia aérea que chama Argeille ou qualquer coisa parecida com isso. Desembolsei 300 euros e uma hora e quinze minutos depois senti o pequeno jato descolar do chão.
Toda essa história é para um dica simples. Não deixe que um vulcão e uma empresa mal organizada acabem com suas economias.
De volta ao Brasil, entrei em contato com a TAP e pedi o reembolso da passagem extra que precisei comprar para chegar ao meu destino. Como em 30 dias a empresa nem sequer me contactou, adicionei o PROCON da minha cidade e em poucas semanas recebi uma proposta de reembolso total da passagem extra, com os valores corrigidos pelo câmbio.
Se a empresa vendeu passagens no Brasil ela deve seguir a legislação daqui.
Fique ligado e Boas Férias!
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