Au Pair, as vantagens e desvantagens.
Hoje vamos falar um pouco sobre a profissão de Au Pair e mencionar as vantagens e desvantagens que existem nessa área.
Muitos de nós quando chegamos a um novo país, não sabemos ao certo para quê viemos, o quê queremos, como fazer X ou Y ou onde achar ajuda. No começo nada é muito claro. Nós podemos não saber exatamente o que queremos, mas todos nós sabemos um pouquinho do que não queremos e o campeão dessa lista é o desemprego, ninguém quer ficar desempregado.
Não conheço muita gente aqui na Irlanda que tenha dito que já veio pensando nas crianças e na profissão gloriosa de Au Pair. Nos primeiros meses as procuras se concentram nos cafés, pubs, restaurantes e hotéis em todos os cargos possíveis, é curriculum de recepcionista, waitress, cleaner, housekeeper, kitchen porther e nada do bendito emprego. Eis então que já familiarizada com a gama de meninas residentes, vem a pergunta: “Por que não tentar Au Pair?” Dá-se o pontapé inicial no olha daqui nos cvs das amigas, olha dali nos primos e irmãos que já cuidamos nessa vida e haja um bom dicionário para o preenchimento de cadastros nas agências do gênero e a peregrinação por uma boa família.
O emprego de Au Pair é deveras atraente, quem já morou em república pela primeira vez ou pela centésima, sabe bem a barra que é pagar aluguel, gás, taxa de lixo, tv a cabo, comprar a própria comida e ainda prepara-la depois de um dia cheio. No início quando ainda não se tem emprego, a única fixação é “Como diabos vou conseguir pagar isso tudo?”.
Eu costumo dizer que pra mulher, inicialmente esse é um dos melhores empregos, você elimina todas as preocupações financeiras acima, cuida das crianças durante o dia, estuda, pratica o idioma e ainda recebe pra isso. “Quero um emprego desses também, tem pra homem?” é o que os meninos sempre dizem entre uma pergunta e outra sobre o emprego. Inicialmente o pensamento é o mesmo, as vantagens do au pair.
Quem cansou de viver na pendura das promoções dos supermercados, em sua grande maioria, vai passar a comer as “Marcas Famosas”, dispensa cheia, o banho com tranquilidade, ver o dinheiro entrando e não saindo, além do quarto que vai ter só pra você. Acabou a história do seu quarto virar um autêntico cabaré de bagunça com coisas suas e do seu roomate.
Que nada é realmente como a gente pensa, para isso, já estamos vacinados, Mas tem coisas que, entusiasmados pelo novo emprego ninguém se preocupa muito . Sendo au pair você terá responsabilidades extras além das suas crianças. É bem provável que a mãe ou o pai peça a você que mantenha o quarto das crianças arrumado e o seu também, limpe o banheiro, a cozinha ou passe algumas roupas. É natural, pois você está morando lá e está passando na casa mais tempo que os próprios pais. Você está limpando o que está sujando, fair enough.
O problema é se de repente os pais peçam a você que limpe o banheiro, o quarto ou passe as roupas deles, cuide das crianças nas suas folgas sem especificar que isso é extra, peça que cuide dos priminhos das crianças, limpe o jardim ou corte a grama. Você não é a cleaner, é a babá, por isso tudo tem que ser muito bem esclarecido desde o primeiro contato.
Se os pais na entrevista digam que você talvez tenha que passar as roupas, por mais que pareça óbvio, pergunte “A roupa das crianças?” Isso irá inibi-los de colocar juntamente às roupas delas, as deles (a não ser, claro, que eles sejam donos de uma invejável cara-de-pau). Pergunte o horário que você terminará seu “shift”, e se você tiver escola, diga a eles seus horários, isso dará a entender que você tem algo realmente importante a fazer e assim não terá problemas com atrasos, eles saberão que você também tem suas coisas.
Para o salário, primeiramente você precisa saber pelo o quê está sendo paga; pegar as crianças na escola tal dia, fazer o almoço delas, passar algumas roupas, limpar o banheiro que você usa e o quarto delas. Tudo bem uma vez ou outra fazer um além das suas obrigações, mas esse é um detalhe que você precisa ficar atenta e agência nenhuma de Au Pair vai te dizer isso. Emergência todo mundo sabe o que é, agora mais do que o combinado e frequentemente, precisa ver isso aí com a família.
Indo ao quesito inglês, o real contato com o idioma é um dos pontos positivos do emprego, mas muitas vezes pode haver frustrações, porque quando se fala em morar com a família praticando o inglês, o que qualquer um imagina é que se saia do emprego tagarelando como um nativo, mas isso depende de muito mais coisas do que imaginamos.
Uma delas é a idade das crianças, de repente elas ainda estão começando a falar e aprender diretamente com a criança vai ser mais difícil, ou então o anjinho está na adolescência, normalmente já não quer falar com os pais e com a au pair pode ser pior que isso. Fato é que independente da idade, com quem sempre podemos conversar é com os pais, mas o encontro de horários pode tornar essa opção, a última. Se uma de suas intenções primordiais em ser au pair é praticar a conversação, você precisa saber com quem vai conversar; se com uma criança de três, cinco, doze anos ou se estará em casa na sua folga quando os pais estiverem disponíveis.
Outro problema primordial em ser au pair live-in, é o tal do fim de semana. Fim de semana geralmente será sua folga, os pais estão em casa, podem tomar conta das crianças e você tem todo o direito de permanecer na casa caso tenha se aplicado à uma live-in position. Aí que o encargo começa. Ficando na casa da família será que não fica feio eu ficar até 4 da manhã no Skype com as minhas amigas e levantar às 2 da tarde dando bom dia a todos? Será que fica feio durante a minha folga eu ficar no meu quarto? Ou andar confortavelmente nele? Devo eu abrir o armário e pegar aquele biscoitinho que eu devoro a semana toda com a família por lá? Essas são coisas que ninguém pensa até começar a trabalhar, no começo é fácil, o problema da comida eu resolvo com um pequeno estoque no quarto. Do sono? é minha folga, posso dormir o quanto quiser, mas acreditem em mim, depois de um tempo a história começa a chatear e nós só pensamos em sair – aos fins de semana – o mais rápido dali.
“Pra descomplicar tudo isso é mais fácil ainda, é só eu não ficar na família durante a minha folga” Acreditem em mim outra vez, isso é tão difícil quanto. Quando saímos da nossa casa pra dormir em outra, geralmente pensamos em ficar naquela amiga chegada ou no namorado. Tudo bem um fim de semana na amiga. No namorado mais do que isso passa, mas de repente você começa a ir demais e pode apostar que uma hora o seu nome vai rolar na casa de alguém nas picuinhas recorrentes de repúblicas, é normal, afinal você não mora lá, não ajuda nas contas e provavelmente estará como visita pela simpatia. Quando você precisar mudar os ares, procurar outra amiga ou outro namorado, vai dar continuidade a um eterno looping de sofás, colchões com desconhecidos, edredons em apartamentos sem banho, de paupérrimo café da manhã e noites obviamente mal dormidas.
De longe o problema parece ter uma solução. Já dizia minha mãe Dona Francisca, “Nada como ter o seu lugar”. Existem também vagas para au pairs aos fins de semana pra acabar com a história de pegar ônibus às pressas pra ir embora ou perder toda a noitada. Agora dá pra dormir o dia inteiro sem peso na consciência. Na estimativa Irlandesa do problema, isso vai te custar de 70 a 120 euricos/mês, mais sua parcela na energia, lixo, tv a cabo e gás, sem contar o depósito. Não precisa ser gênio pra ver que economicamente esse negócio não compensa muito, porque levando em conta que o salário médio de au pair está nos 100 euros/semana, quem vai ter condição de arcar com um negócio desses ao invés de viajar pela RAINÉ ou economizar para outras “extravagancias”?
Paga quem pode, vai quem quer.
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